BEM-VINDOS A SUA PRIMEIRA FONTE DE VAMPIRE ACADEMY NO BRASIL

MovieFone entrevista Mark Waters diretor de Vampire Academy
12 fevereiro 2014

Diretor de Vampire Academy, Mark Waters em: fadiga “Crepúsculo”, adaptações ruins e Tom Cruise russo.

 O diretor de  “Vampire Academy”, Mark Waters é o que você chamaria de um especialista em filmes para e sobre adolescentes. Seu currículo inclui a icônica comédia de ensino médio “Garotas Malvadas”, bem como “Sexta-feira muito louca”, “As Crônicas de Spiderwick”, e a próxima adaptação cinematográfica de “Sabrina, a bruxinha” (os quadrinhos, não o programa de TV). Para dirigir a adaptação da série best-seller de Richelle Mead (sobre vampiros adolescentes em um internato), Waters – que mais uma vez teve a colaboração de seu irmão roteirista, Daniel Waters – decidiu se prender à verdade fundamental dos adolescentes: eles levam o romance e a amizade tão a sério quanto a vida e a morte. Aqui está o que Waters tinha a dizer sobre os vampiros , filmes baseados em livros YA (do inglês, Young Adult, jovens-adultos), e atores russos gatos.

Moviefone: O que te atraiu para dirigir “Vampire Academy”?

 Mark Waters: É engraçado todo esse gênero de livros YA sendo adaptados tem essa coisa sobre eles que os fazem um pouco entediante para mim; todos eles pareciam excessivamente sinceros e sérios e completamente inconscientes de como eles eram melodramáticos. A coisa que eu gostei sobre os livros de Richelle foi a personagem Rose e o fato de que ela não era uma garota perfeita. Ela é meio difícil e sarcástica e engraçada e tinha muita complexidade nela, e um monte de humor. Isso a diferenciava de qualquer coisa que eu tinha lido de qualquer outra série de livros.

E na verdade eu amo ler essas séries de livros porque a minha filha e eu os lemos juntos como um clube do livro. “Vampire Academy” se destacou para mim. Acontece que um amigo meu, Don Murphy, havia contratado o meu irmão [Daniel] para escrever o roteiro para o filme sem me dizer. Don me enviou os livros para ler e, em seguida, mencionou “falando nisso, nós contratamos o seu irmão para escrever o roteiro”. O roteiro do meu irmão levantou o meu interesse ainda mais. Ele capturou o estilo da Richelle, mas acrescentou seu muito único idioma, e sensibilidade e fez o roteiro interessante, engraçado e revolucionário. E foi assim que eu fiquei viciado.

Moviefone: Richelle Mead mencionou que foi difícil fazer os livros serem considerados em primeiro lugar, porque todo mundo estava na era “Crepúsculo”. Por que você acha que o público está pronto para mais um filme de vampiro adolescente?

Mark Waters: Alguém poderia argumentar que a fadiga teve tempo para se desgastar. Eu nem me lembro de quando exatamente “Amanhecer Parte 2 “saiu – 2012? Já faz um tempo, o que é bom. Além disso, das outras adaptações de livros que saíram no ano passado, como você sabe, a maioria fracassou, porque todos eles sofrem daquela sinceridade terrível e são muito sérios. Eu estou esperando que a combinação do fato de que temos um filme que tem um humor subversivo e também o fato que faz um tempo desde que houve um filme de vampiros significa que, talvez, as pessoas estejam prontas para algo novo e interessante.

Moviefone: Então você acabou de mencionar que várias adaptações YA falharam, mas quais se destacam em sua mente como bem feitos? Quais acertaram?

Mark Waters: Um em especial que eu acho que é bem interessante, porque ele tem um tom balanceado é “Warm Bodies” (no Brasil, Meu Namorado é um Zumbi), que eu realmente gostei. Ele não quebrou recordes de bilheteria, mas teve uma audiência sólida. Tinha aquela coisa de que havia um tom lunático, mas ao mesmo tempo tinha muitos riscos reais e altos. Você está operando em um mundo onde a vida e a morte estão em jogo, mas também consegue ter um charme, leveza e humor o que eu achei que foi muito, muito agradável. Esse filme foi certamente bem sucedido e se destaca em minha mente como acima da média.

Você não pode comparar essas adaptações YA a, vamos dizer “Jogos Vorazes”, que tem seus próprios fanáticos. Eu não posso nem chamar isso de um romance YA, porque, embora os personagens sejam jovens, é um livro que até a minha mãe leu. Foi um grande best-seller para todos os públicos. Seu sucesso era um fato consumado antes mesmo de fazerem os filmes.

Moviefone: Eu adoro ouvir o porquê dos autores YA serem obrigados a escrever histórias sobre amadurecimento em seus livros. Por que você está inclinado a descrever esse mesmo período de tempo em um filme?

Mark Waters: Há um potencial nisso. As coisas são mais importantes para os jovens. Mesmo os filmes que produzi como “500 Dias com ela”, aqueles ainda eram personagens em seus 20 anos, que não tinham se encontrado ainda. Essa idade é antes de qualquer tédio e letargia terem tomado conta de suas vidas e eles ainda sentem que há muita esperança em todas as possibilidades do que a vida pode vir a ser. Particularmente nestes filmes de ensino médio, há algo sobre estar na escola que é como um caldeirão, uma panela de emoção, alegria e desgosto que você sente tão intensamente. Porque você não tem qualquer consciência ainda, você não percebe que é um tempo e sentimento que tem fim.

É isso que podemos esperar de “Vampire Academy”: a urgência se encontra com os limites entre a vida e a morte?

Sim, como puramente um filme de ensino médio, o filme é turbulenta e emocionante, mesmo se não houvesse as intrigas de escola. Mas, então você adiciona a intriga extra, o fato de que essas pessoas são vampiros. E há vampiros maus à espreita no portão que querem matá-los, e pessoas de fora querendo matá-los – não no sentido emocional do ensino médio, mas no sentido de vida ou morte. Você pode ter seu bolo e comê-lo com este filme: você tem intriga de ensino médio e legítimos assuntos de vida e morte no topo disto.

Moviefone: Segundo Richelle, a razão pela qual ela se sentiu à vontade com todas as mudanças que você e Daniel fizeram foi que vocês entenderam os personagens e seus relacionamentos. Vocês não estavam apenas interessados no lado a ação da história.

Mark Waters: Sim, esse era a direção que nós estávamos indo… Se você olhar para o menos eficaz dos filmes de “Crepúsculo” foi quando eles trouxeram um diretor de filmes de ação, em vez de um diretor que era realmente um bom contador de histórias. E você consegue ver a diferença.

Moviefone: Você quis abordá-lo mais como um filme de ensino médio do que um thriller de vampiros, então?

Mark Waters: Nós nem sequer fizemos a distinção. A chave é que os adolescentes, porque eles estão nessa fase, não conseguem distinguir entre qual é qual. Eles levam tão a sério o fato que sua melhor amiga mentiu para o seu namorado quanto fato de que alguém está tentando matá-los. Essas questões são de igualmente importantes a estes personagens, e nós não quisemos dar mais importância nem a um nem a outro ou fazer parecer com que as coisas do ensino médio fossem triviais, e as outras coisas realmente graves, porque da perspectiva dos personagens principais estes assuntos são todos igualmente intensos e importantes. Essa é a chave para fazer esta história funcionar.

É por isso que nós realmente queríamos contar a história do ponto de vista de Rose, assim o público poderia estar com ela. E se você estiver com ela, você leva tudo a sério. E com o humor natural que vem da escrita de Richelle e escrita do meu irmão, é uma boa mistura de bom humor e assuntos sérios.

Moviefone: Com a exceção de alguns atores, esse elenco não tem tantos grandes ou premiados nomes como algumas das outras adaptações YA. Fale-me sobre o elenco. Você especificamente ficou longe de outros jovens atores associados com outras franquias?

Mark Waters: Nós estávamos muito conscientes de não tentar escalar qualquer um que estivesse associado com qualquer outra série, seja da TV ou um grande filme. Se a pessoa fosse identificada com próxima de algum outro título no nosso gênero, nós geralmente a evitávamos. Mas francamente, se uma dessas pessoas tivesse entrasse e me surpreendesse, eu poderia ter mudar de opinião, mas nós estávamos esperando que quem fosse o melhor não viesse com esse tipo de conexão estabelecida.

O fato é que Zoey Deutch chegou e nos surpreendeu. E ela é realmente bem conhecida comparada ao resto do elenco, porque ela tinha um programa de TV no ​​ar, “Ringer”, mas ela não é assim tão conhecida pela maior parte da América. Ela acertou em cheio a parte da Rose, e nós não achamos ninguém que sequer chegasse perto dela. E sua química com Lucy Fry como Lissa era inegável. Elas têm este grande contraste e pareceram facilmente terem desenvolvido uma química e amizade uma com a outra, o que foi ótimo. Era como se elas tivessem se tornado melhores amigas. Mesmo na audição, Lucy não sabia como voltar para casa, então Zoey a ofereceu uma carona! Elas imediatamente se aproximaram.

Moviefone: E os rapazes?

Mark Waters: Quando tivemos que escalar Dimitri e Christian (os dois interesses amorosos masculinos), foi estranhamente mais difícil, porque você não sabe o que é sentar-se com um grupo de americanos, britânicos e atores australianos fazendo um péssimo sotaque russo. Eles estavam tentando fazer direito, mas eles estavam falhando miseravelmente. E foi aí que começamos a pensar na possibilidade ‘Hey, existe alguém que seja um ator russo que pode falar Inglês para o papel de Dimitri?’

E acontece que havia esse ator, Danila Kozlovsky, que é uma espécie de Tom Cruise dos anos 80 por lá – seus dois últimos filmes foram os maiores sucessos da história da bilheteria doméstica russa. Seu inglês era muito bom, por isso, fizemos uma série de audições no Skype com ele, e foi incrível. Então, aqui estava outro bastante talentoso “desconhecido” – que deve ser por entre aspas, porque ele é um grande nome na Rússia. E ele vai ser grande aqui também.