Mark Waters anda dando entrevistas para todos os lados. Nessa nova entrevista, para a Huffington Post, ele conta um pouco como foi trabalhar com seu irmão, a escolha da Zoey Deutch e sobre “Mean Girls”. Aproveitem!
Dizer que este ano tem sido cruel para adaptações jovens adultos seria um eufemismo. Em fevereiro, “Beautiful Creatures” estreou com apenas US $ 7,5 milhões em vendas de ingressos, isto apesar de ser baseado no popular romance YA de Kami Garcia e Margaret Stohl. Em março, “A Hospedeira”, uma adaptação do romance da autora Stephenie Meyer, de “Crepúsculo”, desapontou com uma abertura de US $10 milhões. Na semana passada, foi “Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos”, que tropeçou: a adaptação da popular série de YA de Cassandra Claire arrecadou apenas US $ 14 milhões em seus primeiros cinco dias de lançamento. Mesmo o primeiro trailer para a adaptação de “Divergent”, de Veronica Roth, a série muito anunciada como o aparente herdeiro de “Jogos Vorazes”, foi recebido com um pouco de indiferença, depois que estreou durante o pré-show do MTV Video Music Awards no domingo.
Esse é o mundo ao qual a adaptação “Vampire Academy” de Mark Waters , obra de Richelle Mead, está chegando no próximo ano. Não que o diretor de “Meninas Malvadas” esteja muito preocupado.
“Os materiais de marketing que as pessoas verão para esse filme terão uma sensação diferente dos materiais que você vê para ‘Beautiful Creatures’, ‘Instrumentos Mortais’ ou um filme como esse”, Waters disse ao HuffPost Entertainment por telefone, de Londres, na semana passada. “Você vê aquele tom um pouco excessivamente sincero [nos trailers], que desempenha as coisas com uma mortal, terrível seriedade. Eu acho que você pode ver em nossos trailers – mesmo no teaser trailer – que há um pouco daquele atrevido humor. Trata-se de manter esse humor e essa energia subversiva nos materiais. Então as pessoas vão perceber que isso não é algo como as outras coisas no mercado. Este tem o potencial de ser muito divertido.”
Realmente este faz: “Vampire Academy” foi escrito por Daniel Waters, irmão de Mark e o homem responsável pelo filme seminal em colégios “Atração Mortal”.
“Ele nunca transforma em algo que é tão decididamente sério que você acha que é muito sincero ou chato”, disse Mark sobre o script. “Nesse nível, eu gostei que estivesse voltando para a escola e ainda explorasse as mesmas ideias que Dan fez em ‘Atração Mortal’ e eu fiz em ‘Meninas Malvadas’, mas fazendo neste contexto diferente – que teve oportunidades para um monte de suspense e ação.”
Com “Vampire Academy” nos cinemas no dia 14 de fevereiro de 2014, HuffPost Entertainment falou com Waters sobre a adaptação do livro de Mead para a telona, por que ele é a pessoa certa para dirigir o roteiro de seu irmão, e o legado de “Meninas Malvadas”.
Você teve alguma apreensão em voltar a um ambiente escolar para um filme depois de uma completa notoriedade nesse gênero com “Meninas Malvadas”?
Se eu fosse fazer outra comédia de colégio com armários batendo, então seria algo que eu evitaria. O fato é que este foi baseado nesta série de livros que Richelle Mead criou, com essa mitologia muito legal sobre uma raça de vampiros que existem em torno de nós, mas estão escondidos – tudo isso fez toda a coisa interessante para o meu irmão e eu. Gostamos da ideia de explorar a dinâmica de tentar se dar bem na escola e tentar sobreviver aos inimigos que estão em seu meio – todas essas coisas normais do ensino médio -, mas com o elemento adicional de que há toda uma outra raça de vampiros que tentam matá-lo ao mesmo tempo. Acho que o meu irmão foi capaz de injetar uma grande quantidade de seu humor e sagacidade no roteiro, e fomos capazes de manter esse tom um pouco engraçado, um pouco agressivo e inteligente por todo o tempo. Mesmo quando as coisas estão acontecendo, que são realmente muito sérias e com altos riscos.
Com “Meninas Malvadas” e “Atração Mortal”, você e Dan têm estrelado no mercado por quase quatro décadas em filmes para adolescentes. Vocês sempre desejavam trabalhar juntos?
Sim. Ao longo deste tempo nós tentamos desenvolver certas coisas. Havia um par de vezes em que nós até mesmo trabalhávamos em um roteiro juntos, mas nunca chegou à criação do filme. Mas eu estava realmente animado pelo meu irmão ter escrito esse. Percebi que isso poderia ser algo que poderia se elevar para além do gênero. Eu acho que meu irmão está escrevendo mais do que a maioria das pessoas. Há a chance de ler a escrita do meu irmão e ficar perdido na linguagem, porque a linguagem pode ser realmente complexa. Mesmo dele próprio: Dan dirigiu dois filmes que se baseiam em seus próprios roteiros e eu não acho mesmo que ele consiga dirigir seu próprio material tão bem quanto eu faço. Eu sinto como se eu visse a sua escrita e soubesse exatamente como mantê-la firme, leve e divertida. Como a escrita de Tina em “Meninas Malvadas”, que foi realmente uma escrita densa, mas que fazia parte da alegria. Vamos pegar esse script incrivelmente denso e intenso e torná-lo em um filme que é ágil e leve em seus pés. Eu acho que é muito mais divertido para se fazer do que ter um script que é desnutrido e você fica tentando bombeá-lo e torná-lo algo que não é.
Quanta voz Richelle teve sobre este projeto?
Bem no início, Danny e eu voamos para Seattle e a levamos, junto com seu marido, para almoçar. Nós sentamos e conversamos por horas sobre todos os livros e como as coisas iriam se desenvolver ao longo da série. Nós conversamos sobre o roteiro, o qual, felizmente, ela amou. Ela pensou que era muito fiel aos livros, mas ao mesmo tempo reforçou sobre alguns dos humores e da ação de uma maneira que ela achou realmente agradável. Ela pensou que estava fazendo justiça a sua história, de modo que começamos com o pé direito. Daquele ponto em diante, apenas ficamos amigos por e-mail e sempre que eu tinha uma pergunta sobre qualquer coisa – até mesmo a menor coisa, como qual é a cor do cabelo que um personagem deve ter ou qual magia que este vampiro deve praticar – eu entraria em contato com ela para obter os fatos direto da fonte.
Como é evidente a partir de “Sesta-feira Muito Louca” e “Meninas Malvadas”, você tem um talento para lançar jovens estrelas. Quão difícil foi encontrar Zoey Deutch para o papel de Rose?
Vimos centenas de pessoas para esse papel, e havia algo sobre Zoey, onde ela não se parecia fisicamente como eu tinha imaginado o papel. Imaginei alguém que se parecesse mais com um atleta olímpico. Zoey não é, mas ela basicamente se matou de trabalhar e passou meses treinando para ter e aumentar a massa muscular e aprender a lutar. Mas não é assim que ela se parecia à primeira vista. Havia algo sobre o que ela trouxe para a performance, que foi essa atitude, energia, força e confiança, bem como a facilidade para lidar com o diálogo muito complexo, torná-lo real e torná-lo engraçado. Não havia ninguém realmente perto dela para capturar a essência de Rose. Ela foi capaz de pregá-lo na cabeça.
Quando você percebeu que “Meninas Malvadas” havia se tornado um marco cultural legítimo para toda uma geração?
Curiosamente, eu diria que eu realmente não apreciava o apelo duradouro de “Meninas Malvadas” até que lancei este filme e encontrei meu jovem elenco. Todo mundo do meu elenco estava com 18 a 24 anos, todos me confessaram que eles o adoraram. Como Sarah Hyland, que interpreta Natalie, ela disse: “Eu vi ‘Mean Girls’ no teatro quando eu tinha 13 anos e ele mudou a minha vida. Eu vi 20 vezes.” Zoey Deutch também. Eles podem citar passagens inteiras do filme e fazer o rap de Kevin Napoor de ponta a ponta, pronúncia perfeita. Eu estava tipo, “Uau, vocês realmente gostaram desse filme!”. Ele teve essa impressão em toda uma geração de crianças que cresceram, além das pessoas que eram o público-alvo quando ele foi lançado, onde olham para ele literalmente como: “É claro, esse foi um clássico da minha juventude.” Eu tenho certeza que existem filmes assim para mim também. Eu olho para trás, para filmes de John Hughes como esse. Então, eu estou feliz que foi um marco para eles.