No dia 11 de março de 2013, foi ao ar num canal de televisão russo uma entrevista com o Danila Kozlovsky, que havia sido gravado em fevereiro deste mesmo ano. Almas caridosas traduziram a entrevista para inglês, e aqui, especialmente para os fãs brasileiros, a entrevista completa traduzida para português! Agradeçam à @AngelaBessilina e @Kozlovskybg pelo trabalho de traduzir do russo para o inglês e ao @KozlovskyBR pelo trabalho em divulgar.
Danila comenta sobre seu trabalho Vampire Academy, oportunidade de trabalho na América, teatro e seu mais novo filme “Legend 17”.
Então apertem o play e acompanhem!
Parênteses e notas são apenas para esclarecimentos. Eles não são parte da entrevista original.
Repórter: Hoje o nosso convidado é, talvez, meu jovem ator favorito. Sou grato a ele, não apenas por termos trabalhados juntos em “Spy”¹, mas também, como produtor, pela nossa colaboração em nosso novo projeto: “Soulless”². Outra estreia de filme está prevista para o próximo mês: “Lendário Número 17”³ onde ele atuará no papel principal. A princípio, planejamos convidá-lo para nosso estúdio imediatamente por conta dessa estreia, mas acabou chamando nossa atenção que ele foi confirmado para estrelar em um grande projeto de filme americano, e simplesmente não pudemos esperar para congratula-lo neste novo crescimento. Danila Kozlovsky está conosco hoje no estúdio de Kino V Detalyakh.
R: Danya.
Danila: Olá.
R: Olá. (Eles apertam as mãos)
R: Primeiro e principalmente, gostaria de parabeniza-lo pelo recebimento do Golden Eagle Award*.
D: Obrigado.
R: O seu primeiro Golde Eagle e foi por Melhor Ator em Soulless. Você esperava que esse personagem fosse tão bem recebido?
D: Honestamente? Não. Sem dúvida alguma, estou inacreditavelmente lisonjeado. Eu disse, quando ganhei o prêmio, que foi uma jornada incrível para este personagem… não uma fácil, mas uma feliz, e eu faria novamente com prazer, providenciado um bom roteiro, uma boa história.
R: Obrigada, adeus. (Eles brincam ‘acabou a entrevista’ e apertam as mãos*)
R: Vi que você estava nervoso na apresentação do prêmio… Tudo aquilo foi insano!
D: É, você sabe, eu cheguei à conclusão de que quando eu tiver setenta anos irei escrever uma tese sobre escopo completo sobre medo de palco e a inabilidade de alguém em se ter controle, porque o que aconteceu comigo lá foi falha total no sistema. Eu não estava apenas nervoso, eu estava tipo uma estátua de madeira, eu congelei. Mas, sim… eu estava muito feliz.
R: Estávamos todos muito excitados por você.
D: Eu vi. (sorri)
R: É, estávamos todos “Aaaahh!!!” (ele grita).
R: Okay, você teve um ano maravilhoso e acho que este ano será um muito interessante também; seu novo filme está para sair…
D: Sim, muito em breve,
R: Qual o nome que foi finalmente decidido para filme?
D: “Lenda 17”.
R: “Lenda 17”. Okay. Bem, temos aqui três projetos de filmes em andamento que nós poderíamos falar sobre. Entretanto, o primeiro filme não pode ser discutido há essa hora, o segundo projeto de filme nós iremos tentar conversar e o terceiro nós também não podemos comentar… então é isso!
D: Obrigado. (Ri)
R: De nada. (Ri)
D: Da minha parte, vou tentar fazer o possível para, quem sabe…
R: Me ajudar?
D: Sim, para chegar a algumas brechas no contrato, de modo que poderemos falar sobre algumas coisas.
R: Isso é ótimo. Então, ouvimos que você recebeu uma oferta para estrelar um grande longa americano.
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D: Sim. (Ri e põe a mão no rosto, indicando que será difícil falar sobre esse projeto).
R: Bem, nesse caso eu irei lhe dizer o que eu ouvi. Dizem por ai que nossos colegas internacionais estão começando uma nova franquia, e deixe-me apenas dizer que eu acho que esse é um bom negócio; eles acertaram em cheio nisso, considerando como a atitude acerca de “romance vampiro em filme” vem mudando. E eu quero dizer aos nossos espectadores, pessoalmente (pode-se ver Danila está sentando sem dizer nada), mas eu estou dizendo que há de fato um projeto desses em andamento.
R: Seu personagem também é russo. Dimitri Belikov.
D: Uh-huh.
R: (Ri)Vê isso? Ele nem diz “sim”, ele diz “uh-huh”. Isso foi uma pergunta. (Ri)
D: Sim, Dimitri Belikov, uh-huh. E?…
R: E ele é o personagem principal do primeiro filme.
D: Ah, sério? (Diz em inglês rindo)
R: Sim! E novamente, aquele problema… (se referindo ao fato de não poderem falar sobre o filme).
R: Você viu… como eles chamam aqui? … (acaba dizendo o nome em inglês) Sangue Quente?
D: Não, mas eu vi o trailer, um bem estranho, onde vampiros se apaixonam por mortais, ou qualquer coisa assim. [Okay, não entendi, acho que o trailer não foi o suficiente para nenhum dos dois entenderem se tradar de zumbis, não?]
R: Mas quanto diferente…
D: Não, honestamente, fui chocado pelo quanto diferente… Eu não conhecia Academia de Vampiros, eu admito. Quando conversei com o diretor sobre o filme pela primeira vez ele me perguntou se eu conhecia, e eu admiti que não, e àquela hora eu não tive tempo de ler o roteiro, porque estava em inglês e cheio de termologias vampíricas que não é muito acessível a um leitor não familiarizado ao mundo vampiro. Agora, que algumas coisas começaram a evoluir, estou chocado com o tanto de seguidores que este gênero possui… há muitos fãs desse assunto. Não sei, acho que é bem dramático por sua própria maneira.
R: Sim, mas veja quantos exemplos… primeiro tivemos Crepúsculo. Custou tipo 2 centavos para fazê-lo, mas o sucesso fenomenal que teve… Imediatamente todos foram para suas salas de conferência para descobrir as razões para o sucesso. “Vamos, vamos, vamos descobrir porque esse filme ficou tão popular. Assunto? Confere. Personagens principais? Confere.” Uma coisa leva à outra e há uma ‘atualização’ de todo o gênero; todos esses filmes seguindo. Isso é inacreditável.
D: Acredito que seja algo que tenha um grande apoio… Pessoalmente, não sou um grande fã desse assunto.
R: Então deixe-me tentar responder (minha própria pergunta). Todos esses filmes são sobre amor… Voltando para os filmes antigos, mesmo os preto e branco, mesmo lá o amor é o personagem principal.
D: Sim, pegue os filmes do Coppola… Bem, felizmente, esse livro que acabei de começar a ler não é todo sobre mordidas e as várias formas que se pude sugar sangue de alguém.
R: Você tem noção que há duas imagens na internet agora: você e Pattinson? O que acha sobre isso?
D: Eu gostaria que a comparação (com Crepúsculo) não fosse tão literal. A história é muito diferente.
R: Acho que a comparação é feita por níveis de sucesso. Irei dizer novamente, voltando em como tudo começou, foi como uma arma sendo disparada. [referindo-se ao sucesso de Crepúsculo e Pattinson]
D: Bem, Pattinson é outro nível… de popularidade, digo, e…
R: E apenas isso. Popularidade, talvez. Porém mais nada. Eles não sabem com quem estão mexendo. Eu sei o que vai acontecer.
[Intervalo Comercial]
R: Novamente, estamos no estúdio de Kino V Detalyakh com Danila Kozlovsky.
R: Você notou que a situação mudou e cada vez mais atores russos estão começando a participar de filmes do ocidente?
D: (balança a cabeça em concordância)
R: Talvez porque o tempo está mudando ou talvez Hollywood não seja mais exclusiva como era ou talvez os Russos estejam em alta? Eu vejo isso o tempo todo, até julgando pelos atores que veem até mim, principalmente atrizes.
D: Sim, sem dúvida, os tempos estão mudando e a atitude do Ocidente para com os Russos está se complexando. Não é mais sobre as percepções usuais…
R: Estereótipos…
D: Exato, algo da Guerra Fria, algo selvagem… entretanto. Recentemente vi um filme, um famoso, baseado numa grande obra russa, e eu fiquei surpreso, mesmo sendo um grande fã de…
R: Você gostou do filme?
D: Do filme em si? Eu gostei de como foi encenado, da ideia por trás.
R: Bem, pelo menos estamos autorizados a discutir esse filme? (ri) Um segundo… (finge consultar um contrato). Sim, sim, nós podemos.
D: Podemos? Anna Karerina.
R: Com Keira Knightely.
D: Sim. Eu realmente gostei da ideia por trás, eu achei corajoso, porque geralmente em filmes desse tipo todos esperam algo grandioso e épico – um tipo de drama documentado – mas aqui tudo… o figurino, o estilo, o cenário – tudo pode ser ligado à uma peça teatral. Mas fiquei surpreso que os produtores ainda sim aderiram aos clichês antigos e estereótipos do inicio dos anos noventa: se passa na Rússia, certo, então significa que inevitavelmente precisa ter uma Bétula, um camponês com foices no campo, cortar a grama no brilho avermelhado do por do sol, então você tem Levin dormindo em uma pilha de feno… Clichês estranhos como esses. Mas mesmo assim, desconsiderando a ultima experiência, acredito que o cinema é cada vez mais internacional, mais inclusivo.
R: É uma oportunidade que não se deve deixar passar.
D: Sem dúvida alguma.
R: Para explorar isso, você teria que se mudar?
D: Essa é uma questão complicada. Teremos que esperar e ver. Meus agentes e administradores que estão em contato com esse novo projeto estão começando a sugeri isso…
R: Seria melhor se você morasse perto?
D: Sim, eles estão aconselhando com muito cuidado… Mas eu lhes disse de imediato que o que acontece em meu país é de extrema importância para mim. É uma questão de princípios, porque primeiro de tudo, Rússia é meu país (desculpe por esse depoimento pretencioso, mas é a verdade), e segundo, porque eu tenho uma maravilhosa oportunidade de trabalhar aqui com pessoas muito talentosas…
R: Teatro? Isso desempenhará um papel?
D: Sem dúvida, é igualmente importante para mim.
R: Quanto tempo você consegue aguentar com isso?
D: É, é definitivamente uma questão de encontrar um balanceamento entre os dois projetos, e talvez fazer tudo antes que não seja mais possível.
R: Se você não conseguir encontrar esse balanço… você irá tirar uma licença dos palcos?
D: Sim, acho que sim. Uma licença, sim. Para sair completamente… eu não sei o que vou fazer, honestamente. É muito importante para mim ter meu lugar no teatro. Mas essa oportunidade apareceu – está me dando a chance de crescer, é uma oportunidade que não tenho o direito de recusar. Além do mais, estou muito interessado nela…
R: Você disse exatamente correto. Se eu pudesse te dar um conselho… seria que você não poderia recusar essa oportunidade.
D: Sim, eu realmente, realmente, quero isso. E eu li o roteiro e é um muito interessante desse gênero.
R: Eu ouvi que você disse que falava inglês antes. Você passou um tempo em Nova Iorque, você sentiu que só estar lá encheu sua cabeça de inglês?
D: Sim, claro, claro. Estou absorvendo tudo. (faz um barulho de diversão) Eu costumava ir à bares e pedir uma bebida, eles são muito…
R: Falantes.
D: Sim, exato. Eles são muito falantes por lá. Você faz um pedido, tem sua bebida, e seu inglês é melhorado de alguma forma.
R: Eles te perguntavam de onde você era? Eles adivinhavam corretamente? Eles não diziam Rússia, diziam?
D: Geralmente eles não acertavam que eu sou da Rússia. Aqui uma história engraçada… Alguns anos atrás, em Nova Iorque, fui a um restaurante fast-food e disse: “Vou querer um chá e hambúrguer. Obrigado.”. O cara me olhou e perguntou: “Você é da Inglaterra?”. Eu disse: “Não, você errou.”. Ele disse: “Austrália?”. Eu disse: “Não.” Ai eu arrumei minha postura e ergui a cabeça um pouco… O cara perguntou: “De onde você é?”. Eu disse: “Sou da Rússia.”. Ele respondeu: “Hm… Isso é estranho, você tem essa coisa britânica. Posso de dizer uma coisa?” Eu disse: “Claro.” “Mantenha simples… ou vai parecer um idiota”. (Danila ri). Pois é, eu estava com um amigo e fiquei tipo “Vamos sair daqui.” (ri). E segundo, Nabokov disse que há dois gênios: língua russa e língua inglesa… e a língua inglesa é realmente muito linda; se quer falar e aprender como falar.
[Intervalo Comercial]
R: Novamente estamos aqui no estúdio de Kino V Detalyakh e nosso convidado é o Danila Kozlovsky.
R: Okay. Então, o que podemos falar e o que não podemos falar? “Lenda 17”. Esse foi o filme mais exigente fisicamente que você já fez?
D: Sim, eu acho. Fisicamente, diria que sim, mas por outro lado eu amo muito jogar hockey, amei as sessões de treinamento e o período de treino a tal ponto, e eu tinha condições de treinos inacreditáveis…
R: Ah é?
D: Fantástico. Onde quer que eu fosse tinha toda uma equipe de treinadores a minha disposição e uma pista de patinação. Eu apenas ligava e dizia “caras, estou indo para Moscou amanhã…”
R: Desculpe… (por interromper) Você aprendeu a patinar a partir do zero?
D: Acabou que sim. Porque eu sempre achei que era um patinador decente, mas depois que me encontrei com meu treinador e ele disse que eu parecia com um patinador regular, mas que eu precisava patinar como um jogador de hockey.
R: (apontando para os joelhos e braços) Tudo isso era novo?
D: Nas sessões de treinamento? Sim. Mas mais tarde, algum tempo antes de começarmos a gravar, nós recebemos os autênticos, modelados após a coisa real… eles eram novos, mas menores que os reais, eles não nos protegiam muito bem, mas como tudo é muito notável em frente às câmeras… E de alguma forme me acostumei a isso e foi.. divertido.
R: Quando você se encontrou com Oleg Evgenyevich Menshikov pela primeira vez? [Oleg interpreta Tarsov, seu treinador no filme]
D: Você quer dizer no local de filmagens? Logo no primeiro dia de gravação. Foi inacreditável para dizer suavemente… Dizer que eu estava nervoso seria um eufemismo enorme. Você sempre fica nervoso logo antes da câmera focar em você pela primeira vez, mas nesse caso, certa quantidade de responsabilidade pessoal e ansiedade pesaram em mim; porque você lê o roteiro e de cara vê: você está olhando para o papel dos seus sonhos. E você sequer imagina que talvez não o consiga. O menor pensamento que você pode não conseguir o papel – o ator dentro de você não pode nem pensar sobre isso. Foi assim pra mim ao ler o roteiro. Eu realmente queria interpretar esse papel. Então essa foi a primeira coisa que disse a Kolya [diretor do filme] e ele disse: ”Bem, vamos tentar”. E eu disse “Vamos” e teve as audições, e então as audições se tornaram ensaios. Mas esse foi um período inacreditável em minha vida.
R: Não é verdade que há algum tipo de história que tem a ver com o nome de “Kharlamov”, como você ouviu pela primeira vez, como você descobriu sobre ele?
D: Não diria que é uma história inacreditável…
R: Realmente aconteceu, entretanto, ou é apenas uma história?
D: Sim, eu posso contar o que aconteceu com as minhas próprias palavras. Eu faltei na escola, novamente, e fui ao HC CSKA [é um estádio de hockey] com meus irmãos. Amávamos ir até lá porque era bem ao lado da nossa escola e andar por ai fazendo nada era muito chato. De algum jeito descobrimos uma forma de entrar no estádio, escalamos até o topo e observamos os patinadores e jogadores trainar. Eu me lembro desses três gigantes, simbólicas (não sei se continuam lá até hoje) camisas de hockey, e o maior de todos tinha o número 17 escrito junto com o nome “Kharlamov.” Eu tinha sete, oito anos na época (comecei a matar aulas na primeira série) e eu olhei pra camisa e a combinação das letras e números – “Khar-la-mov” e pensei comigo mesmo “Eu aposto que eles não colocaram aquela camisa lá porque… eu aposto que foi porque…” E eu me lembro de pensar sobre, revirando no meu pequeno cérebro, e você sabe, quando você é criança você percebe as coisas maiores do que são… e, estritamente falando, essa magnifica percepção [de Kharlamov como pessoa] permaneceu comigo até hoje. Então quando eles me ligaram e me convidaram para a audição, eu perguntei: “Para qual papel?” o diretor de elenco disse: “Vamos lá, você sabe qual papel. Kharlamov.” Mas eu estou lhe dizendo, eu sinceramente acreditava que eles iriam me testar para o amigo de Kharlamov, ou talvez um jogador de hockey ou qualquer outro papel. Não poderia imaginar em mil anos que eles me ofereceriam o papel principal. Isso é o quanto a sua persona (faz um gesto largo com as mãos) com a sua enorme camisa, desde que eu era pequeno… ainda está comigo.
[Intervalo Comercial]
R: Novamente, estamos no estúdio de Kino V Detalyakh e nosso convidado é Danila Kozlovsky.
R: Eu fiquei surpreso recentemente quando vi uma foto sua com sua mãe. Ela é inacreditavelmente muito e tão nova! (parece espantado)
D: Obrigado, estou lisonjeado. (sorri)
R: Eu fiquei chocado! Disse “não mesmo!” e eles disseram “sim, sim”. (imta olhando a foto)
D: Obrigado, obrigado. Minha mãe… ela é um fenômeno maravilhoso. Eu a amo muito.
R: Ela é uma mulher jovem!
D: Minha heroína.
D: Ah, algo engraçado aconteceu no Eagle [a premiação The Golden Eagle Awards]. Quando os paparazzi nos rodearam no final da premiação, minha mãe de alguma forma conseguiu chegar até mim. Ela me abraçou e disse “Danechka, parabéns…” e do nada um fotografo grita para ela “Moça, por favor se afaste, está na frente” enquanto outro dizia “Danila, vamos lá, não vai virar e mostrar-nos sua namorada? Ou ela pode ir…” E eu disse: “Ela não é minha namorada, é minha mãe.”
R: Todos ficaram “Aaah!” (grita)
D: É, foi tipo um segundo que todos pararam por um momento e então começaram a gritar: “Juntos! Juntos!” e brigaram entre si, tentando tirar nossa foto. É… minha mãe é incrível
R: Bem, as peças do quebra cabeça começam a se juntar. Três filhos. Vocês eram encrenqueiros?
D: Não apenas encrenqueiros. Havia uma fina linha entre alguma travessura charmosa e…
R: Vocês todos foram à mesma escola?
D: Sim… algumas travessuras charmosas podiam inspirar em uma não-tão-encantadora farra de crimes, por causa das coisas que tiramos..
R: Vocês três? Juntos?
D: Sim, nós três juntos… a gente fugia de casa, roubava pão da loja, embolsávamos coisas de turistas, tínhamos toda uma operação em andamento. Um de nós roubava, o outro criava a distração e o outro vigiava.
R: Qual a diferença de idade entre vocês?
D: Vania e eu temos um ano de diferença; Egor e eu dois anos de diferença. Ele nasceu no dia 2 de maio e eu no dia 3 de maio.
R: Pequeno grupo feliz de irmãos..
D: Era. E nossa mãe… Ela é realmente meu herói. Tem um episodio de nossa infância que a sintetiza muito bem. Essa vez, tendo cometido outro…
R: “Ato heroico”.
D: É, mais como um crime. (ri) Eu tive que correr pra longe de casa, mas não antes de jogar toda a culpa no meu irmão menor. Então nós dois tivemos que ir, porque eu disse “Vanya, agora você foi implicado, então terá que vir comigo.” Claro, ele de imediato esqueceu todas as suas queixas e disse “Sim, sim, sim, vamos nessa!” – Aventuras já piscando em nossos olhos. Então nosso irmão mais velho nos viu na rua e prontamente se juntou a nós, também animado com a perspectiva de fugir. Então fugimos e ficamos fora toda a noite; passamos a noite na escadaria interna do prédio*. Mas então ficamos com fome e decidimos nos esgueirar de volta pra casa. Claro, nossa mãe, sabendo que era isso que aconteceria, e que a gente frequentemente escalava até a janela ao invés de usar a porta, pôs a mesa pra gente, saiu e deixou a janela da cozinha aberta, para que a gente pudesse voltar pra casa, comer, pegar seja lá o que precisássemos e voltar para o nosso “esconderijo”.
R: Eu imagino que a hora chegou de vocês três retribuírem o que sua mãe…
D: (balança a cabeça concordando, com lágrimas nos olhos) Sim. Acho que nunca seremos capazes de retribuir, provavelmente.
R: Você sempre fala com seus irmãos?
D: Sim! Na verdade, nós ficamos cada vez mais próximos com o tempo. Nós temos até uma tradição de nos encontrarmos a cada três meses numa data específica, não importando onde estivermos na época.
R: Em São Petersburgo?
D: Em São Petersburgo ou em Moscou, mesma diferença.
R: Danya, estou muito feliz em ver tudo isso acontecendo em sua vida agora. Eu desejo que tudo saia como você deseja…
D: Obrigado.
R: Eu realmente espero te encontrar novamente mais tarde esse ano para discutir tudo isso que não pudemos discutir hoje. Porque há mais um projeto russo que nem chegamos hoje, mas que não poderíamos falar de qualquer maneira.
D: Eu prometo que este programa será o primeiro lugar que irei falar sobre Vampire Academy e outros…
R: Sim, como agora é apenas um livro, e não um filme ainda. (Danila sorri)
R: Estou preocupado… Eu espero que quando pudermos finalmente falar desse filme russo, que não coincida com o período gravação de outro filme que espero produzir com o mesmo diretor que você teve sua estreia… Aaah!! Obrigada!
D: Muito obrigada. (eles apertam as mãos)
[/spoiler]
Fonte da entrevista em inglês: @KozlovskyBR