BEM-VINDOS A SUA PRIMEIRA FONTE DE VAMPIRE ACADEMY NO BRASIL

Entrevista — Danila Kozlovsky para The Hollywood Reporter
07 fevereiro 2014

Uma entrevista simples, curiosa, pura: como Danila. Acompanhem abaixo a tradução da entrevista de Danila Kozlovsky sobre Vampire Academy, Rússia, Ocidente e mais!

‘Vampire Academy’ Danila Kozlovsky sobre ser um russo em Hollywood: A Guerra Fria ‘ainda está conosco’ (Q&A)

O ator de 28 anos fala sobre seu primeiro papel em inglês e a importância da imagem internacional da Rússia.

Danila Kozlovsky está no limite do seu reconhecimento internacional. Escolhido para interpretar Dimitri Belikov, um personagem metade-humano/metade-vampiro, na adaptação de Mark Waters do romance de Richelle Mead,Vampire Academy, ele irá contracenar com a atriz ucraniana e “garota Bond” Olga Kurylenko, que interpreta a diretora Ellen Kirova.

É a primeira vez que um ator russo foi selecionado para um elenco com papel de destaque em um filme comercial hollywoodiano, em que os estereótipos ainda limitam as oportunidades de papéis, além de mafiosos ou espiões, por exemplo, Konstantin Khabensky do The Geographer Drank His Globe Away, também interpretando um agente soviético em Tinker Tailor Soldier Spy.

Filho da atriz de teatro russa da era soviética Nadezhda Zvenigorodskaya e do aplicado professor de ciências Valery Kozlovsky, Kozlovsky teve uma carreira difícil na escola júnior na Rússia – e foi expulso por mau comportamento -, antes que seus pais o colocassem em uma academia naval em São Petersburgo, um movimento que o deu disciplina para atuar. Sua estreia nos cinemas foi como um militarmaluco por história em We are From the Future, um grande e popular hit local que adicionou uma mexida nova ao gênero de viagem do tempo, quando um grupo de amigos vão escavar recordações dos tempos da guerra, até se encontrarem transportados para o campo de batalha em 1942.

Em seu papel recente, interpretando um campeão de hóquei no gelo soviético, Valery Kharmalov, em Legend nº 17 – um dos filmes pessoais favoritos do presidente Vladimir Putin – o fez uma das estrelas mais conceituadas da Rússia.

À frente do lançamento de Vampire Academy, Kozlovsky fala com o repórter de Hollywood sobre cruzar Hollywood, o cuidado com a imagem internacional da Rússia e o destaque, apesar da barreira da língua.

Como você descreveria seu primeiro papel com a língua inglesa?

Eu gostaria de tomar um momento e agradecer a Richelle Mead por escrever um personagem tão interessante e incrível como o Dimitri. É muito importante para mim, representar o meu país nesse filme, como um homem que ama, que tem um bom senso de humor, é apaixonado e um personagem muito interessante – eu ótimo cara. Dimitri tem vivido na America por muito tempo e fala com pouquíssimo sotaque russo. Ele é muito seguro e ao mesmo tempo, uma pessoa misteriosa. Ele escuta música antiga e adora ler livros de cowboy. Ele é um homem que as pessoas dizem que tem valores antiquados. Eu realmente gostei de interpretá-lo. Esse não é o típico papel de estereótipo russo em que as pessoas estão fazendo coisas estúpidas ou ruins.

Por que você acha que pouquíssimos russos ‘cruzaram’ as barreiras para Hollywood?

Eu não gosto do fato de que se têm poucos russos em Hollywood, mas é entendível por conta da relação histórica entre América e Rússia; a Guerra Fria por exemplo. É meio clichê, mas ela ainda está conosco. Ao mesmo tempo, porém, eu estou muito agradecido de que diretores americanos agora estão começando a mudar suas atitudes e percepções.

Você acha que a falta de exposição e a barreira linguística também fazem parte disso?

Claro, tudo é sobre a língua. É essencial falar inglês fluentemente. Talvez também a falta de exposição. Lembre-se, nós somos uma indústria de filmes muito jovem na Rússia. Ela só se desenvolveu mesmo nos últimos 20 anos, após o colapso da União Soviética. A relação entre os diretores russos e europeus está em crescimento, só agora começando a se desenvolver.

O que os atores russos têm a oferecer ao público ocidental?

Essa é uma pergunta muito difícil! Por mim, eu sempre tento dar o meu melhor. Eu fui surpreendido agradavelmente quando descobri que os jovens atores americanos respeitam e usam o sistema Stanislavsky, que ele atualmente ainda é usado, e que se têm outros sistemas baseados nessa série de procedimentos de interpretação.

Usar as possibilidades de trabalhar com atores russos e internacionais nos dará mais oportunidades, exposição e experiência para aprender e desenvolver coisas novas. Nós podemos compartilhar programas, métodos e sabedoria, para mais a frente melhorar a indústria e, o mais importante, melhorar a todos, pessoalmente.

Você continuará a trabalhar na Rússia enquanto desenvolve sua carreira internacional?

É muito importante para eu estar na Rússia e continuar trabalhando com diretores russos, porque eu sou um ator russo; eu sou muito grato por ter a chance de trabalhar com pessoas tão talentosas tanto aqui quanto na Rússia. Ao mesmo tempo, é muito importante para eu continuar a desenvolver e melhor a minha carreira no ocidente. Eu adorei trabalhar em meu primeiro filme americano com um elenco tão incrível e com o importante Mark Waters. A globalização do trabalho está aí e nós temos que usar isso para quebrar barreiras.

Rússia raramente tem estado nos holofotes internacionais nas últimas semanas. Será que a imagem internacional do seu país causa impacto em você e em seu trabalho?

Eu prefiro não discutir política por uma única razão: Eu estou absolutamente certo de que eu não entendo nada de política. Eu não quero fazer uma cara de inteligente e fingir que eu estou trabalhando na Casa Branca (Bely Dom, o prédio principal do centro administrativo do governo russo em Moscou), mas ao mesmo tempo eu sou um ser humano e eu estou grato com os perdões presidenciais e de ver que o Pussy Riot e [Mikhail] Khodorkovsky foram libertos. Eu tenho um grande respeito por Khodorkovsky e me sinto feliz de ver que ele é um homem livre.

Em que lugar você gostaria de estar daqui há cinco ou dez anos?

Eu espero continuar fazendo meu trabalho em minha atual profissão. Eu sou uma pessoa muito bem sucedida porque eu tenho o trabalho que todos os dias eu amo fazer.